sábado, 20 de setembro de 2008

ENTREVISTA: "Record me dá plena liberdade criativa", Tiago Santiago


Tiago Santiago começou na Rede Globo em 1982, trabalhando como ator. Não demoraria muito para que sua verve artística gritasse. Sua estréia como autor aconteceu, então, em 1990, ao participar na roteirização da minissérie "O Guru". Engatou assim a atividade mais próxima da desejada: colaboração em roteiros de telenovelas. A primeira delas foi em “Vamp”, de 1991.

Ante a possibilidade da estréia como titular de sua própria trama, Tiago deixou a emissora em 2004, migrando para a Rede Record, que inaugurava seu Complexo de Teledramaturgia neste mesmo ano.

Desde esta mudança brusca, o autor esteve envolvido nos folhetins de maior repercussão do canal: “Prova de Amor”, “Bicho do Mato” e “Caminhos do Coração”.

Esta última lhe rendeu o máximo de resposta que um autor pode esperar de seu público: críticas. Ora positivas, ora negativas, mas sempre construtivas.

E é esse contato direto entre autor e público que dá o tom da entrevista que de Tiago Santiago ao site Famosidades

Confira!



FAMOSIDADES - A sua saída da Rede Globo teve a ver com alguma ideologia que te leva a brincar mais com este lado mais lúdico, coisa impensável na grade desta emissora?
TIAGO SANTIAGO - Saí pela possibilidade de escrever minha primeira novela como titular, “Escrava Isaura”, em 2004. Na Globo, quando eu apresentava um roteiro, tinha que concorrer com nomes de peso como Walter Negrão, Antônio Calmon e Ivani Ribeiro. E, sim, a Record me dá plena liberdade criativa.

FAMOSIDADES - Como você reage às opiniões negativas escritas em seu blog?
Recebo mais carinho do que ataque, na verdade. Acompanho não só pelo blog, mas também pelo Orkut e pelo meu site pessoal. E é claro que eu acabo me influenciando pelas críticas e escrevendo o que os espectadores me propõem.

FAMOSIDADES - Essas críticas são construtivas?
Umas, sim. Outras são bem mal educadas. Mas eu sou muito seguro do conteúdo da novela que faço. É uma trama muito alegre, com adrenalina, enfim, é uma novela do bem.

FAMOSIDADES - Uma das observações do blog é a repetição dos diálogos, que ocasionalmente acontece. Qual processo usado na escrita?
Faço a “escaleta” (plano de cena-a-cena), envio para a equipe de colaboradores que trabalha comigo, que me devolve idéias. Então o texto passa pela minha revisão, volta para uma olhada geral dos colaboradores e então vai para a produção. Quanto à repetição da frase “até a última gota de sangue”, isso já faz tanto tempo! Além disso, eu tenho evitado usar palavras que gerem rejeição do público.

FAMOSIDADES - Você assiste à novela da Rede Globo do mesmo horário, “A Favorita”?
Só ocasionalmente, durante os intervalos de “Os Mutantes”, ou quando ela termina. Prefiro assistir à minha própria novela. O que vejo de “A Favorita” são cenas esparsas, então não posso nem dar opinião sobre a trama.

FAMOSIDADES - Continua com a mesma opinião sobre o “ato de desespero” do autor de “A Favorita”?
Acho que ele se precipitou numa tentativa de recuperar a audiência. A baixa quantidade de espectadores é normal, não é culpa do João Emanuel Carneiro, que é ótimo. O que está acontecendo é puro efeito da concorrência à altura.

FAMOSIDADES - Como se dá a inclusão de novos personagens? Eles vão entrando de acordo com a sua criatividade ou eles já são pré-concebidos?
Eles nascem da necessidade da dramaturgia em se manter viva. Não existe “pulo-do-gato”, eu estou sempre inovando a história. Por exemplo, os próximos acontecimentos serão a chegada de Maria à Agarta, o “Mundo Interior”, o reencontro dela com sua irmã gêmea Samira, a Guerra dos Reptilianos e o seqüestro dos bebês capazes de salvar o mundo.

FAMOSIDADES - Que tipo de leitura você cultivou ao longo da vida para poder criar esses personagens para uma trama televisiva?
Acho que é a união de grandes autores de ficção científica como Isaac Asimov (Trilogia Fundação), Julio Verne (“Viagem ao centro da terra”), e mais H.G. Wells (“A Ilha do Dr. Moreau”), com tudo o que eu já assisti de Ivani Ribeiro, Dias Gomes e Monteiro Lobato, e trouxeram elementos fantásticos em suas obras.



Crédito: MSN
Matheus Logan

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