CENA 15. CASA DE GUIGA. INT. DIA
PACHOLA E VIVIANE SE APROXIMAM DE ÂNGELA E VAVÁ. VIVIANE APONTA COM A MÃO NA DIREÇÃO DOS QUARTOS.
VIVIANE — Vocês dois... podem subir para os quartos...
VAVÁ — Por quê?
VIVIANE — Porque vão ficar de castigo! Seu irmão Eugênio saiu e não quis me ouvir, mas depois eu me acerto com ele. Agora vocês vão fazer o que eu tô mandando. Subam agora!
ÂNGELA — Mas mãe...
VIVIANE — Pensam que podem ficar me chamando de chata, hein?
VAVÁ — Olha aqui, eu não sou seu filho pra você me deixar de castigo! Eu não vou pra quarto nenhum!
VIVIANE SE APROXIMA DE VAVÁ, AMEAÇADORA.
VIVIANE — Ainda por cima é respondão!
VAVÁ ROSNA.
VAVÁ — Não chega perto, senão eu te mordo!
VIVIANE — (P/ PACHOLA, EXIGINDO UMA ATITUDE) E daí, Pachola?
PACHOLA — (P/ VAVÁ) Calma, meu filhotinho! Se contenha! Eu já te falei que morder é feio!
VIVIANE — Credo! (COM NOJO) Esse menino é um animalzinho... um verdadeiro lobinho... ainda mais com esses pêlos... devia ficar numa casinha lá fora, junto com os outros cachorros.
PACHOLA — Ô madame, pegou pesado agora!
VAVÁ — Pai! Eu quero ir embora desta casa... eu não quero mais ficar morando com uma bruxa... uma megera...
VIVIANE — Ô, menino! Você pare de me ofender! (P/ PACHOLA) Pachola, seu filho é muito mal educado... eu exijo que você lhe dê um castigo.
PACHOLA — Vavá, você também pegou pesado!
ÂNGELA — (CHORANDO, P/ VIVIANE) Por que você é tão má? Eu preferia ficar com a tia Érica... ela é boazinha e parece que gosta mais da gente do que você.
VIVIANE — Por favor, nem me fale o nome desta sonsa! (P/ PACHOLA) E então, Pachola? Vai dar um corretivo no menino-bicho ou não?
VAVÁ — Paichola! Se você me bater, eu fujo, vou embora e você nunca mais vai me ver!
PACHOLA — Claro que não vou te bater, não! Imagina! Só que você não pode se comportar desta maneira... ficar destratando a dona da casa que está hospedando a gente, meu filho... por isso, vou ter que te dar uma lição... você vai ficar no quarto pensando em tudo que fez, sem tevê, sem brinquedo, de castigo.
VAVÁ — Eu não acredito que você vai fazer isso comigo, Paichola!
PACHOLA ABRAÇA VAVÁ E VAI RETIRANDO ELE DA SALA.
PACHOLA — Não discuta com seu pai... (FALA BAIXO) Depois a gente conversa... agora vai, anda, lá pro quarto.
VAVÁ SAI CABISBAIXO.
VIVIANE — Pachola, seu filho é muito estranho... eu acho melhor você mandar o Vavá pra um colégio interno, algum outro lugar.
PACHOLA — (SOFRENDO) Deus me livre, eu não posso ficá sem meu peludinho!
VIVIANE — Pois trate de dar um jeito! Aqui nesta casa ele não pode ficar... Você, tudo bem, mas o Vavá nem pensar...
ÂNGELA — (CHORA) Mãe, não expulsa o Vavá daqui...
VIVIANE — Nossa! Não tô entendendo o motivo desta choradeira!
ÂNGELA — (CHORANDO, SENTIDA) É que eu tô gostando muito dele...
VIVIANE — Que é isso? Gostar de um menino que mais parece uma atração de circo? Nada a ver!
PACHOLA — Madame, por favor, não fala assim do meu Vavazinho!
VIVIANE — Mas Pachola, teu filho é um animal feroz... se ele já é assim pequeno, imagina depois que crescer, hein? Este menino precisa ser amestrado, domesticado, antes que morda alguém!
NA TRISTEZA DO PACHOLA E NO CHORO DE ÂNGELA,
CORTA PARA
Crédito: Tiago Santiago
Matheus Logan
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