Para quem pensa que só “Os Mutantes” é duramente criticado, está enganado. É raro de se ver, mas confira agora a crítica do site TV Press, para “A Favorita”, concorrente de “Os Mutantes”. Leia e tire a sua opinião:
"Tristeza não tem fim em A Favorita. Traições, vilanias, violência, insultos ou amores não correspondidos pontuam o cotidiano de quase todos os personagens. E quem não apanha e bate, chora ou é passado para trás pela gangue de vilões. Curioso é que não há personagens felizes na trama de João Emanuel Carneiro. Céu, de Deborah Secco, por exemplo, até conseguiu se dar bem casando com o gay Orlandinho, de Iran Malfitano. Mas continua suspirando e derramando lágrimas de cristal japonês pelo insosso Cassiano, de Thiago Rodrigues, que insiste em cantarolar pelos palcos da fictícia Triunfo.
Assistir a novela, nos últimos tempos, só com Prozac, florais, uma caixa de lenços ou uma generosa dose de destilado ao lado. Até as belas cenas de pegas e amassos entre Dedina, de Helena Ranaldi, e Damião, de Malvino Salvador, chegaram ao fim. O que era doce acabou - e sobrou baldes de lágrimas no indício de separação entre a primeira-dama e o prefeito Elias e sua coleção de galhos. Mas continuaram juntos, empurrando com a barriga uma relação já apagada e... triste.
O mesmo se pode dizer da Catarina, de Lilia Cabral. Após se separar do escoiceador Leonardo, de Jackson Antunes, Catarina ainda sofre as violentas investidas de seu marido xucro. Mas tudo tende a piorar se ela realmente se envolver com Estela, de Paula Burlamaqui. A violência do retrógrado ogro deve dobrar ao saber que foi passado para trás pela loura que tanto ambicionava. De fato, dando um giro de 360º pela cidade cenográfica e todos os estúdios da trama, fica difícil encontrar um único personagem feliz.
Na mansão dos avós de Lara, de Mariana Ximenes, todos vivem numa falsa harmonia liderada pela arqui-vilã Flora, de Patrícia Pillar. A cada plano mirabolante para herdar a fortuna dos Fontini, Flora faz questão de dilacerar o sentimentos da família, que cada vez mais acredita na bandida. A não ser Lara, que apesar da permanente feição de paisagem, ainda duvida das intenções - sempre malévolas - da mãe biológica.
Um risinho, mesmo no canto da boca e verdadeiro, é cena rara na trama que ainda conta com situações estapafúrdias. Augusto César, de José Mayer, não consegue ser feliz nem com seus chás de cogumelo e sua hortinha orgânica. Sempre a esperar por uma abdução extraterrestre, até hoje acredita que Cláudia Raia pode mesmo ser confundida com Giulia Gam. E fica em sua casa de madeira com símbolos de pirâmide a esperar pelos amigos do espaço. Daqui a pouco corre até o risco de ser confundido com um reptiliano da trama Os Mutantes, de Tiago Santiago, na Record.
Do lado mais capitalista da história, o sórdido político Romildo, de Milton Gonçalves, chefe do tráfico de armas do folhetim, só mostra os dentes para comemorar a desgraça de algum inimigo. Fora isso, transborda frustrações nos filhos Alícia e Diduzinho, de Taís Araújo e Fabrício Boliveira. Ou seja, a barra realmente pesa no horário das oito. Um pouco de leveza após a enxurrada de más notícias dos telejornais poderia até se refletir na medíocre audiência para os padrões da Globo, que se estabilizou nos 39 pontos de média com 58% de participação.
A Favorita - Globo - Segunda a sábado, às 21h."
Crédito: Rádio Grande FM
Matheus Logan
sábado, 25 de outubro de 2008
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