quinta-feira, 24 de julho de 2008

Rocco Pitanga tem atuação assombrosa em 'Era uma vez'


Entre as muitas promessas brasileiras para esquentar o segundo semestre, uma grande interpretação vai fazer a diferença em qualquer balanço estético do cinema nacional em 2008. É assombrosa atuação de Rocco Pitanga em "Era uma vez", o esperadíssimo longa-metragem de Breno Silveira.

Mistura de "Romeu e Julieta" com "O dia da ira", de Tonino Valerii, com uma dose de "A classe operária vai ao paraíso", a produção faz uma reflexão sobre o aparheid social que cinde a cidade investindo no lirismo. Pitanga, conhecido por longas-metragens como "Seja o que Deus quiser" e "Filhas do vento", mostra um vigor dramático acachapante no papel de Carlão, o irmão mais velho do protagonista, Dé (Tiago Martins). Na trama, Dé é um vendedor de cachorro-quente em um quiosque de Ipanema que se apaixona por uma pobre menina rica chamada Nina (Vitória Frate). Os dois encaram toda a sorte de adversidades para viver essa paixão. Preso injustamente quando seu maninho é apenas um guri com dentes de leite, Carlão sai da cadeia e se transforma em um chefe do tráfico. Sua transformação rende seqüências perturbadoras.

Depois de "2 filhos de Francisco", Breno Silveira afiou sua sensibilidade para tragédias familiares. Mais maduro, o diretor elaborou uma fábula triste, mas essencial no atual contexto da filomgafia nativa, cada vez mais voltada para análises da criminalidade urbana.



Fontes: O Globo
Matheus Logan

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