quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Natália Guimarães: a trajetória de uma Miss Brasil

Mineira de Juiz de Fora, Natália Guimarães, aos 22 anos, saiu do anonimato e alcançou as páginas de jornais de várias partes do mundo ao receber o título de segundo lugar no Miss Universo 2007, em uma final considerada por muitos duvidosa. "Todo mundo fala comigo que não foi justo, mas aconteceu o que tinha que acontecer. Eu fiquei muito feliz e não tenho como reclamar, pois a minha vida mudou completamente, da água para o vinho, e tudo aconteceu depois desse segundo lugar".

E mudou mesmo. Quando voltou ao Brasil, ela já tinha várias campanhas publicitárias marcadas, capas de revistas e eventos. Não demorou muito para Natália ganhar um personagem em uma novela. Atualmente, ela mora no Rio de Janeiro e interpreta Ariadne, a mulher aranha da novela Mutantes-Caminhos do Coração, da Record. Desafio? Sim. Ela sabe que ainda tem que aprender muito sobre atuar, mas esse já era um sonho antigo, que a modelo entrou em contato aos 15 anos, quando se matriculou em uma escola de teatro.

Hoje, em Belo Horizonte, Natália estampa um outdoor grande em um edifício e lembra de quando passava, anos atrás, no local e sonhava."Será que um dia eu vou conseguir ficar grandona desse jeito em um prédio?". Ela chegou lá.

Confira a entrevista que ela concedeu ao Portal UAI.



Quando começou o seu contato com o mundo da moda e dos concursos de beleza?
Minha primeira foto como modelo foi quando eu tinha 13 anos. Mas tudo muito pouquinho, tudo aqui em BH, meu pai nunca me deixou ir pra São Paulo ou para o Rio para tentar crescer na carreira, por causa dos estudos. Ele queria sempre me acompanhar. Depois, aos 19 anos, eu fui para os Estados Unidos e fiquei um ano trabalhando como modelo. Quando voltei, já estava pensando em me mudar para lá, ficar mais três anos. Só que nesse intervalo de 15 dias que fiquei no Brasil, fui ao dentista e no elevador conheci o Rodrigo Moura. Ele é de uma agência daqui e me apresentou ao José Alonso (coordenador do Miss Minas Gerais) e aí que tudo começou nessa história de Miss...


Qual a grande diferença entre uma Miss e uma Modelo?
Eu acho que não tem diferença. Assim, é claro que a modelo tem aquele perfil que tem que ser bem mais fashion, bem magrela. O corpo dela não pode aparecer em um desfile, tem que ser o cabide da roupa mesmo. Já a miss tem que mostrar ela. Minha mãe sempre falava: Natália, vai tentar ser miss que aí você não vai mais precisar passar fome. Mas eu tinha medo de sofrer preconceito da minha agência. Eu pensava que eles poderiam achar brega. Mesmo assim, fui.


Você acha que o glamour de ser miss foi mudando ao longo dos anos? Diminuiu?
Isso depende de cada pessoa, das oportunidades. Pelo menos quando eu ganhei o Miss Brasil 2007 falei: eu quero fazer diferente, eu quero levantar o nome do Miss Brasil, junto com o meu nome, quero que seja uma coisa diferente.


O que você acha do esteriotipo que criaram sobre as misses?
Hoje em dia, se uma miss falar que quer a paz mundial e que leu o Pequeno Príncipe, coitada, vão acabar com ela. Essa candidata nunca vai ganhar o concurso. Não tem jeito, precisamos fazer diferente, mostrar que somos mulheres modernas, inteligentes, que a gente estuda, que temos conhecimento. Já conheço 18 países, graças ao miss também. Precisamos correr atrás sempre.


Você considera que tenha incentivado essa nova leva de miss?
Acho que o segundo lugar no miss Universo chamou a atenção das meninas e tudo que aconteceu comigo.Todos os convites que apareceram para mim, tudo chamou a atenção delas, que estão tentando a carreira por esse lado, porque não deixa de ser uma porta. Depois do miss, eu conheci muitas pessoas, fiz muitas contratações.


Qual seria o conselho para as candidatas que sonham alcançar a coroa de mais bela?
É muito importante ter estudo, cultura e fé em Deus. Na vida a gente leva muitos nãos, aí quando a gente chega lá na frente a gente pensa: se eu tivesse desistido, né? Eu não estaria aqui hoje. Por isso é preciso fé, paciência, que um dia o que é bom para a gente, o que está reservado, vai acontecer. Um dia, um câmera da novela me perguntou uma dica para a filha dele que quer ser miss. Eu falei: coloca ela em uma escola de inglês, porque faz muita diferença. Isso pode ter sido uma grande diferença para a miss Brasil desse ano (Natália Anderle) que não falava inglês. Ela não consiguia dar as entrevistas.


E como é a sua relação com as outras misses? Como é lidar com a rivalidade?
As meninas são lindas. A Marcela Duarte, que foi miss um ano antes de mim (Miss Minas Gerais), é uma grande amiga minha, sempre torci para o sucesso dela. Mas, quando a gente está no mesmo concurso é muito difícil criar amizade. Sinceramente, no meu Miss Brasil eu sofri bastante. Eu já cheguei lá como favorita e isso incomodou bastante as candidatas, o que me dificultou muito para fazer amizades. As vezes, eu gostava das meninas, mas percebia que elas faziam uma cara ruim. Já no Miss Universo não. Ali, todas as meninas já sentiam-se vitoriosas por estarem na competição. Muitas estavam lá para ganhar mais cultura, conhecer mais pessoas. Realmente, aproveitar uma coisa que ficaria para o resto da vida.


Atualmente você interpreta a mulher aranha da novela "Caminhos do Coração". Atuar era um sonho seu?
Sim, eu comecei com 15 anos com teatro aqui em Belo Horizonte. O ruim é que o mercado de trabalho para atriz não é tão grande. Então, acabei ficando no lado da moda, fazendo muitos catálagos, depois eu viajei e voltou isso tudo. Mas, acho que eu ainda tenho muito que aprender. No Rio, eu tenho uma professora marvilhosa.


No final de julho você estampou a capa da revista "Noivos e Noivas" ao lado do seu namorado (Leandro do grupo KLB). Falando de outro sonho seu, você já pensa em casar?
Eu acho muito natural, toda mulher quer um dia, eu pelo menos não quero ficar sozinha (risos).Eu gosto demais do Leandro e acho que ele é o homem da minha vida. Pelo menos hoje eu tenho essa certeza: ele é o homem da minha vida. Se der tudo certo, que seja, que caminhe para o bem.



Crédito: Divirta-se
Reportagem de: Heloísa Mendonça
Matheus Logan

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