domingo, 8 de junho de 2008

Entrevista com Babi Xavier, Juli di Trevi

Experimentar é com Babi Xavier. Ela já trabalhou como modelo, lançou o disco Do jeito que eu quero, escreveu o livro E aí, um papo aberto entre a gente e apresentou programas bem-sucedidos e fracassados na tevê. Agora, prova pela primeira vez o gostinho de interpretar uma vilã em uma novela. Mas não é uma malvada comum. É a doutora Julia, de Caminhos do coração, rejuvenescida 30 anos. Em Os mutantes – Caminhos do coração, Babi aparece como Juli, uma médica que se alia aos mutantes do mal e leva à frente suas experiências de mutação genética. A atriz não nega que, inicialmente, ser escalada para a trama de Tiago Santiago a surpreendeu. “Quando você pensa que já fez tudo dançando no Faustão ou fazendo novela de faroeste como Bang bang, colocam na sua mão uma vilã em um universo que você não tem noção do que é”, conta Babi.
Em sua segunda novela na Record – a primeira foi Vidas opostas, em que interpretou a advogada Patrícia –, e depois de passar por emissoras como Band, Globo, MTV e SBT, Babi não nega que em televisão é preciso manter os pés no chão e mostrar trabalho a todo momento. Ao se auto-intitular uma apresentadora que gosta de atuar, ela diz que agora se dedica incondicionalmente à personagem que vai encarnar. Mas não nega que já revelou para a direção da Record o seu desejo de ter um programa. “Tenho várias idéias, mas não gosto de pressionar ninguém. Quando pintar um projeto que tenha a ver comigo, será natural me chamarem”, prevê Babi.




PERGUNTA - Em Os mutantes - Caminhos do coração, você interpreta a dra. Juli, papel que foi de Íttala Nandi na primeira fase da novela. Como é dar continuidade a uma personagem feita inicialmente por outra atriz?
BABI XAVIER - É uma experiência inédita na minha carreira. Faço a doutora Juli jovem, que sofreu uma mutação a partir do soro da juventude que ela mesma desenvolveu. Para escapar da cadeia, ela toma o soro e reaparece na história 30 anos mais jovem como uma milionária paulistana recém-chegada da Europa chamada Juli di Trevi. Na verdade, minha personagem tem uma cabeça de 60 e poucos anos e um corpo de 30. O complicado vai ser todo mundo me pedindo a receita desse soro, porque em casa a minha mãe já está me pedindo. Enfim, minha personagem vem para dar continuidade aos projetos que a doutora Juli desenvolvia na primeira fase da novela.



P - Como você se preparou para esse trabalho?
BX - Para esse início de trama, tive de acompanhar a construção da personagem feita pela Íttala. Analisei a maneira como ela fala porque isso não pode mudar. Já as atitudes sofrem alguma transformação porque agora a personagem tem os hormônios de 30 anos correndo em suas veias e está mais impetuosa. Acompanhei a gravação de algumas cenas da Íttala e também conversamos bastante. Além disso, estou lendo tudo o que posso sobre genoma e engenharia genética. Comprei um livro chamado Médicos extraordinários, com a história de pessoas que fizeram a diferença na medicina.



P - Você teme comparações em relação à performance da Íttala Nandi na primeira fase?
BX - Acho que nem dá para comparar porque a Íttala Nandi tem uma experiência fabulosa, enquanto eu sou uma atriz iniciante. Na verdade, sou uma apresentadora que gosta de atuar. Existe um peso que eu mesma me coloco. Sou a minha maior carrasca.



P - A apresentadora Babi não estaria pronta para esse papel?
BX - Como apresentadora, a gente tem de ter um rebolado e um jogo de cintura bem grandes, porque acontecem situações surreais em entrevistas. Por mais que a gente tenha se preparado previamente, lido e pesquisado, algo sempre acontece diferente. Espero ter esse mesmo jogo de cintura e versatilidade para fazer essa novela também.




P - Antes de ser escalada para o folhetim, você acompanhava Caminhos do coração ou seriados como Heroes?
BX - Sempre gostei de X-Men, mas por falta de tempo só vi o primeiro episódio de Heroes e quero conseguir em DVD todas as temporadas para ver no meu ritmo, em casa. Aliás, entendi bastante Caminhos do coração depois que vi Heroes. Porque quando começou a novela eu conversei com alguns amigos, como André di Biasi e Paulo Nigro, para perguntar como era participar de uma novela que foca uma realidade tão diferente. Eles me disseram que era preciso embarcar na história para acreditar que o velociraptor está vindo na sua direção. E acho que é por aí mesmo. O ator tem de embarcar na história e aí ele consegue se mostrar.




Fontes: Correio da Bahia

Matheus Logan

Nenhum comentário: